quinta-feira, 19 de julho de 2012

Olimpíadas



Você, eu, todos nós estamos acostumados a "comer com farinha" informações que nos são repassadas pela mídia como sendo verdadeiras, incontestáveis...
Sabemos que, se "fuçar" um pouquinho... pronto, lá se vai a certeza.
Política: quem garante que o escriba não está puxando a brasa pra sua sardinha quando escreve sobre um assunto político? Tá aí o "mensalão", comprovado pelas investigações da Polícia Federal, gente que fez acordo pra se livrar do processo, o presidente da república vindo a público pedir desculpas pelo ocorrido, gente que foi na boca do caixa sacar dinheiro; tudo isso NÃO ACONTECEU?
Esporte: basta um contraditório no lance que a arbitragem marcou ou deixou de marcar pra fazer a galera se exaltar numa transmissão e o que é pior, a gente em casa assistindo tudo com a massacrante visão de trinta e tantas câmeras, desmentindo tudo; e o repórter lá sustentando o inexistente.
Poderia ficar aqui enumerando com milhões de caracteres essas situações. Não é necessário!

Estamos as vésperas das Olimpíadas de Londres e isso trás a pauta reportagens do tipo: qual o legado que as olimpíadas no Brasil vai deixar para o nosso povo? Uma comparação com a de Londres é inevitável, apesar de ser impossível comparar tudo. Metrô, por exemplo: o Rio de Janeiro é uma cidade espremida entre o mar e as montanhas, as linhas de metrô são, por isso mesmo, mais "lineares"; enquanto que em Londres as linhas partem em várias direções. Mas os "experts" da mídia não se tocam e malham o que não tem que malhar, deixando passar o que é preocupante: custo do projeto, tempo de execução, uso da obra como elemento político-partidário.

Outra coisa que ouvi esses dias: "o Brasil não fez um planejamento pra investir em modalidades que possam dar MAIS medalhas, como o ranking é por modalidade não adianta ganhar medalhas com esportes coletivos..." Ãhn?! Quem disse?! Onde está escrito?!
Erradíssimo! O COI - Comitê Olímpico Internacional conta as medalhas entregues: futebol 18 jogadores, 18 medalhas; 100 metros rasos, um atleta, uma medalha.
- Ah! É? E como mostram na TV as medalhas de ouro, prata e bronze, com "peso" e ranking de países e blá-blá-blá...?!

Isso não é reconhecido pelo COI, é uma invenção da mídia americana que o Brasil copia. E ainda copia errado! Servia aos interesses dos americanos divulgar que eles ganhavam a maior quantidade de medalhas de ouro até 2008. Então, quando a China ganhou mais medalhas de ouro depois disso, os americanos passaram a somar tudo (ouro, prata e bronze) e só divulgam assim... É porque assim, eles são os maiores ganhadores de medalhas olímpicas no mundo. A China, claro, adotou o antigo critério americano e agora só divulga daquele jeito: agora eles são os primeiros!

O Brasil, nas últimas Olimpíadas, pelo citério que nossa mídia usa, ficou em 27º lugar numa suposta classificação geral por países, que o COI não reconhece. Reconhecesse, o COI certamente somaria TODAS as medalhas recebidas e o Brasil seria 8º colocado nesta mesma Olimpíada. Nem pra "puxar a brasa" pra nossa sardinha nossa mídia se digna.
Para o COI não há ranking de países, não há nada além de valorizar o atleta em cada modalidade.
O resto é balela! Só que ninguém sabe, nem foi procurar saber...
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CABE AQUI: O tetracampeão da Stock-Car, Cacá Bueno, abriu o verbo, no domingo, quando da última corrida no Autódromo Nelson Piquet, e está coberto de razão. É um crime o que foi feito com o belo circuito do Rio, inicialmente mutilado, para o Pan, e agora exterminado, por conta das  Olimpíadas. Não havia outro grande terreno na cidade capaz de abrigar instalações olímpicas? 
Pior, as que lá foram plantadas em 2007 (a Arena Poliesportiva, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo) nem sequer serão utilizadas em 2016! 
Querem demolir até o que foi criado para o ciclismo e construir de novo! Um escárnio. Tudo com o dinheiro público. Tudo para criar mais uma manada de elefantes brancos que custará muitos milhões e, como se comprovou agora, nos escândalos da Fifa, poderá até viabilizar generosas e indecorosas propinas. Uma vergonha!
Transcrito do Blog de Renato Maurício Prado - O Globo

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