O Partido dos Trabalhadores é tão falso como uma nota de R$ 13,00. E não sou eu que digo isso, é o próprio partido. Exceto quando vêm a luz dos holofotes da mídia, em seus programas eleitorais e nos comícios pra enganar os que ainda se deixam ser seduzidos pelas promessas mais cretinas; o partido sempre expõe suas próprias contradições. Sabe que "ninguém" vai se dar ao trabalho de ler (ninguém mais lê nesse país), entender e descobrir que o PT é tão ruim ou pior que os demais.
Durante o julgamento do mensalão, o que mais se viu nas redes sociais foi militante do partido (gente estúpida do quilate de Emir Sade, José de Abreu, Janio de Freitas e outras "celebridades") jurando de pé junto que os empréstimos do Banco Rural e do BMG eram legais, que Delúbio era um gênio financeiro, que... enfim, o PT era um partido de puras e honestas criaturas de Deus. Ouviu-se até que Lula era Deus, da boca de Marta Suplicy.
Portanto, por consequência, o STF seria um bando de despreparados, sem qualificação jurídica nem pra julgar ladrão de galinha, que estariam a serviço da direita golpista derrotada nas urnas e que, com o auxílio da mídia queriam ganhar de volta o controle do país, contra o desejo do povo soberano, no tapetão do judiciário. Por conveniência, esqueceram de mencionar que a bagatela de 7 dos 10 magistrados fora nomeada a partir do primeiro mandato de Lula-lá!
"O mensalão não existiu!" Repetiam esses porta-vozes de Deus. Era o brado retumbante desde o ex-presidente até o blog financiado com dinheiro de estatais pra contrapor a "grande mídia" que fantasiou a ocorrência. Por falta de pudor que caracteriza essa gente, até hoje podemos ver e ouvir quem continue repetindo esse "mantra".
Lewandowskys e Toffolis que o digam!
Pois muito bem...
No auge da ocorrência, nos idos de 2005, PT e SMP&B, associados e cúmplices, não se davam por satisfeitos em negar as evidências. Simulavam ações para tornar lícito o que saltava aos olhos ser uma tramóia das grandes, como restou provado com as condenações recentes. Uma delas foi a cobrança na justiça, por parte da SMP&B dos empréstimos bancários para o PT, junto à 11ª Vara Cívil de Brasília, que com a correção monetária atualizada chega ao valor aproximado de R$ 100 milhões.
Como a justiça entendeu esta manobra? Como o até então "parceiro" Valério reagiu? O que dizem, partido e seus advogados a respeito disso? Como se defendem? Vamos repousar nossos olhinhos incrédulos em algumas dessas manifestações:
- Titular da Vara na época em que a ação de “cobrança” foi ajuizada, o juiz Paulo Cerqueira Campos enxergou na iniciativa uma manobra. Tratava-se de mais uma tentativa de dar aparência legal a operações bancárias fraudulentas. Em despacho saneador, o magistrado concluiu: os empréstimos “não passam de dissimulação”. Como a execução da “dívida” não fazia nexo, impôs a multa milionária de R$ 5,5 milhões aos “cobradores”.
- Os advogados de Valério recorreram ao Superior Tribunal de Justiça. Coube ao ministro Massami Uyeda analisar a pendenga. Ele devolveu os autos à primeira instância do Judiciário e ordenou que fosse feita uma perícia contábil para verificar se os empréstimos supostamente concedidos pelas casas bancárias do mensalão - Banco Rural e BMG - existiram de fato. A essa altura, o juiz Paulo Cerqueira já havia se desligado 11a Vara Cívil de Brasília. Fora substituído pela magistrada Iêda Garcez Dória. No último dia 18 de junho, ela acionou um escritório de contabilidade que se especializou em realizar perícias judiciais. Chama-se Fernando Guarany & Mousinho Peritos Contábeis. Depois do STF essa perícia quase se torna desnecessária.
- De desfecho previsível, o processo movido por Valério contra o PT abriga documentos que, confrontados com as sentenças do STF, ganham a aparência de peças de humor negro. Numa petição de 20 folhas, o advogado Rodolfo Gropen, a serviço das empresas SMP&B, Graffiti e Rogério Lanza anotou a certa altura:
“No período entre 21 de fevereiro de 2003 e 1o de outubro de 2004, as empresas disponibilizaram ao PT recursos financeiros em diversas ocasiões a título de empréstimo. O destino dos recursos era sempre determinado por Delúbio Soares”, o ex-tesoureiro do PT. É nessa peça que o “débito” do petismo foi orçado em R$ 100 milhões.
- A comédia é levada às fronteiras do paroxismo noutro documento. Tem 13 páginas. Foram redigidas pelos advogados do PT para contestar a “cobrança”. O texto tenta dissociar o partido da confusão. Acomoda as operações financeiras no colo do companheiro da tesouraria.
“Delúbio, assim como Marcos Valério, despreza as leis e as mais corriqueiras convenções que regem as pessoas jurídicas”, anota a peça. Não há vestígio de menções a José Dirceu. Nem sinal de José Genoino, signatário de algumas das notas promissórias do mensalão.
- Ouvido, o doutor Márcio Luiz Silva, um dos advogados do PT no processo, qualificou a cobrança de “ficção”. Tratou Delúbio de modo draconiano. “O partido não deve isso. Deve ter sido celebrado um acordo entre Delúbio e a SMP&B. Se a SMP&B quer que alguém pague, vai cobrar o Delúbio. Delúbio, pessoa física, não se mistura como Partido dos Trabalhadores.”
Quer dizer: o PT sustenta no processo movido por Valério uma tese que orna mais com os veredictos do Supremo do que com os memoriais de defesa dos advogados dos réus do mensalão, inclusive os petistas.
Na primeira instância cívil e pra se livrar da cobrança, o PT fala em “ficção”. Na Corte Suprema, os petistas falam em empréstimos legítimos, destinados a irrigar o caixa dois de campanhas políticas.
Nos dois casos, Delúbio aparece como gênio financeiro. Tenta-se convencer a plateia de que um personagem subalterno na estrutura partidária, cavou sozinho os milhões que desceram, como num passe de mágica, à caixa registradora do PT.
A caminho de concluir o julgamento, o STF fez da comédia uma tragédia.
Valério e seus sócios já foram condenados por uma variedade de crimes. Entre eles peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
A cúpula do Rural foi enquadrada no delito de gestão fraudulenta de instituição financeira. E Delúbio foi ao rol dos culpados na companhia de Dirceu e Genoino, condenados como corruptores ativos.
Por tudo isso, o processo de “cobrança” movido por Valério virou um hilário bumerangue de R$ 5,5 milhões.
Enquanto isso, milhares de "brasileiros e brasileiras" continuam depositando neste partido seus preciosos votos, tudo porque não lêem e só escutam um lado da história. Que se explodam, então!
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