segunda-feira, 18 de novembro de 2019

The Big Toffoli

No mundo, a Justiça se move na tentativa de preservar a privacidade das pessoas. Aqui no Brasil, é o contrário. Artigo de Fernando Gabeira, publicado no Globo:


Numa semana muita dura e cheia de eventos, pensei em trazer um tema novo. Já falei de Bolívia e Chile, comentei a saída de Lula e me debrucei, sem ânimo, sobre a invasão da embaixada da Venezuela em Brasília. Isto me interessou, pois poderia usar de novo a palavra quiproquó, tão sonora e fora de moda.

Sinceramente, meu tema de preferência era um chamado projeto Nightingale, no qual o Google é acusado de vender milhões de dados médicos e hospitalares das pessoas para grandes empresas do setor. A coleta e venda de informações é um grande negócio no mundo. Tende a ser o mais interessante, pois os dados valem dinheiro, sobretudo em grandes quantidades.

Iria refletir um pouco sobre a privacidade num mundo do Google e das redes sociais quando soube que o presidente do STF, Dias Toffoli, agora por um artifício legal, tem acesso aos dados financeiros de 600 mil contas de pessoas e empresas.

Ele proibiu a UIF (antigo Coaf) de partilhar esses dados com os órgãos de investigação. Um absurdo sem nome. Tenho escrito sobre isso e, para dizer a verdade, com pouca repercussão. É um ato de exceção. Os próprios funcionários da OCDE que estiveram no Brasil dizem que a medida de Toffoli está em contradição com as normas e os compromissos internacionais do Brasil.

Toffoli não se interessa por isso. Seu objetivo era congelar as investigações sobre Flávio Bolsonaro e impedir que a Receita continuasse pesquisando os movimentos financeiros de sua mulher e da mulher de Gilmar Mendes. Ele não se contentou em paralisar investigações. Ele quer acesso a todos os dados coletados pela inteligência financeira.

É o Big Toffoli navegando pelas contas de todo mundo, conhecendo os segredos financeiros que ele mesmo impede de serem investigados adequadamente. Como é possível o país conviver com essa barbaridade? Mesmo os aliados de Toffoli deveriam temer essa concentração de poder. Nos últimos tempos, aproximou-se de Bolsonaro para salvar a pele do filho senador. Mas, no passado, foi um funcionário do PT, um assessor de José Dirceu.

Acho que tanto o PT como Bolsonaro deveriam temer Toffoli. A quem servirá com esse acesso ilimitado aos dados pessoais e empresariais? Pode usá-los para fulminar Bolsonaro ou mesmo para enrascar mais ainda seu partido de coração, que é o PT.

Em muitos lugares do mundo, a Justiça se move na tentativa de preservar a privacidade das pessoas, acossando o Google e o Facebook, entre outros. Aqui no Brasil é diferente. É a própria Justiça que invade a privacidade alheia, na pessoa do presidente do STF. Não se trata mais nos trópicos de reduzir o poder das gigantescas empresas, mas de ampliar ao extremo o poder pessoal de Toffoli.

Num mesmo ano, Toffoli salvou Lula e Bolsonaro. Lula porque foi dele, fiel advogado do PT, o voto de Minerva que acabou com a prisão em segunda instância. E Bolsonaro, porque foi ele quem tirou as nádegas do jovem Flávio da seringa do controle de operações financeiras.

Podemos falar tudo de Lula ou Bolsonaro. Mas ninguém apanha mais do que eles nas redes ou na imprensa. Ambos reclamam, Bolsonaro tira verbas publicitárias de quem o critica; Lula, volta e meia, se lembra do controle social da imprensa. Mas nenhum dos dois chegou ao ponto de Toffoli: instalar uma delegacia, convocar Alexandre de Moraes como seu braço policial e partir para cima de quem o critica, com polícia revistando casas e computadores.

Lula precisou de Toffoli. Bolsonaro também. Mas eles ignoram, talvez, que Toffoli seja muito mais do que um simples auxiliar para encrencas. Diante da vulnerabilidade dos líderes populistas que polarizam o Brasil, ele vai construindo seu universo pessoal de poder. E um poder mais persuasivo que o deles.

Toffoli é o Big Toffoli. Assim com os homens e, além disso, é o único que tem poder de acessar os dados financeiros de quase todo mundo. Digo quase todo mundo, porque não me incluo nesses 600 mil. Minha conta bancária é de uma monotonia tediosa. Mas não me inibo em defender a privacidade dos outros, ricos ou pobres.

Em 13 anos de oposição, o PT nunca me fez mal. Espero o mesmo de Bolsonaro. Ambos têm seguidores agressivos. Mas nenhum pode como Toffoli mandar a Polícia Federal vasculhar meus computadores, incluir-me nos detratores do Supremo.

A democracia tropical, com a sua incessante troca de favores, está parindo um monstro. Uso a expressão num contexto institucional. Pessoalmente, Toffoli até se parece com um desses candidatos por quem suspiram velhas senhoras em busca de bons moços para votar.

Mas a ampliacão do seu poder pela captura de dados financeiros o transforma num Big Toffoli

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Maldita República

Se não fosse a Proclamação da República, o Brasil seria uma das CINCO maiores potências do mundo. Com os recursos naturais que temos, a imigração trabalhadora que nos sustenta até hoje e SEM os atrasos abaixo nomeados, quem pode contestar?

LULA, por exemplo, seria só um vaqueiro analfabeto do Sertão do Ararobá e não esse ‘ladrão que veio pro sul pra robá’;

TOFFOLI, por sua vez, seria um ‘adevogado’ de porta de cadeia e não o cara com a chave suprema das cadeias, com a qual abre as celas dos seus correligionários;

DAVI ALCOLUMBRE, o vereador de Macapá que está no exercício da presidência do senado federal, seria um sacoleiro do Trapiche Eliezer Levy, se tivesse concluído o primeiro grau na Escola Barão de Rio Branco;

RODRIGO MAIA, O ‘chileno’ Nhonhô Bolinha Botafogo não teria largado a carreira de bancário, sem concluir o ensino médio, com grande chance de estar preso por desfalque na instituição bancária;

GILMAR MENDES seria fazendeiro em Diamantino, Mato Grosso, sem nenhum saber jurídico, como aliás já é hoje;

LEWANDOWSKY seria um garçon de restaurante em São Bernardo do Campo, sem filiação ao MDB, que nem existiria, e portanto, sem nenhuma chance de nomeação para qualquer cargo na Justiça pelo ‘quinto constitucional’, que também não seria prática corrente se vivêssemos a monarquia;

E ASSIM SUCESSIVAMENTE...



sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O Grêmio ganhou mais com os cinco a zero

O Flamengo eliminou o Grêmio com uma sonora goleada de 5 x 0 no Maracanã. Depois disso, o clube gaúcho saiu de uma posição intermediária na tabela do Campeonato Brasileiro e se fixou entre os quatro que vão disputar a Copa Libertadores de 2020. Na pior das hipóteses entre os seis classificados.
O Flamengo desabou! Deixou-se dominar pela empáfia...
Sofreu pra ganhar por 1 x 0 do quase rebaixado CSA no Maracanã e empatou - depois de estar vencendo por 2 x 0 - com o Goiás, a quem havia goleado por 6 x 1 no primeiro turno.
Quando escrevo este post (01/11/2019), faltam 9 rodadas para o término da competição e o Flamengo tem 8 pontos de vantagem para o segundo colocado, o Palmeiras. No dia anterior a vantagem eram de 10 pontos.
Minha teoria é que o Flamengo vai deixar escapar o título do Brasileirão, praticamente ganho; perde para o River Plate e não ganha a Libertadores, consequentemente não disputa o Mundial contra o Liverpool. Um desastre para o torcedor!
Por que penso isso?
O Flamengo DESLUMBROU.
Do porteiro ao presidente, do torcedor a imprensa, dos jogadores a comissão técnica: todo mundo virou POP STAR do futebol na América do Sul e em Portugal.
O “mister” tem que fazer selfie, dar autógrafos e entrevistas, como o grande comandante do futebol que o Flamengo jogou nos últimos quatro meses. Era encantador, mesmo!
Mas agora, de salto alto, jogadores se pegam ao final de cada partida, o treinador cobra em público os erros cometidos nos jogos, um bate boca quase as vias de fato. O encanto acabou!
Em vez de marcar o adversário, roubar a bola e partir para fazer gols e golear seus oponentes, os craques flamenguistas se jogam a cada faltinha, rolam no chão como se tivessem as pernas decepadas e reclamam da arbitragem mais do que conseguem driblar, atacar e marcar tentos que levavam as vitórias acachapantes...
E tem o VAR paulista, que quando não atrapalha, não faz o que deveria fazer: corrigir erros ou mostrar para o árbitro o que ele não viu. Mas os especialistas, a cada rodada, falam em ‘protocolo VAR’, algo mais variável que namorado de atriz da Globo. Enquanto isso o Palmeiras fica como uma hiena, esperando o doce cair das mãos do Flamengo.
Gabigol faz um gol, perde cinco e discute com a arbitragem por mais tempo do que joga. E dá-lhe tomar cartão.
Bruno Henrique, depois da convocação para a Seleção, mais cai do que deixa os adversários no chão por seus dribles e velocidade.
Arrascaeta está visivelmente diferente de antes da cirurgia no joelho, mais lento.
Gerson está cansado. Éverton Ribeiro também. Willian Arão, idem...
Os dois laterais ‘europeus’ estão num nível e seus substitutos entre 250 e 500 degraus abaixo.
O mesmo se pode afirmar dos dois zagueiros.
Os goleiros se equivalem, mas um não tem a experiência do outro para jogos difíceis.
No conjunto da Opera, ninguém aguenta mais as exigências e o perfeccionismo de Jorge Jesus. Que muito me lembra o Bernardinho do vôlei.
Acho que MELOU.
DESANDOU A MAIONESE.
Infelizmente... estavam indo tão bem!