sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

"Diretas Já" na Odebrecht e Petrobras

Acho absurdo que nenhum de nossos "intelectuais" se indigne que a Família Odebrecht continuará a ter ações ordinárias com direito a voto, em vez de ser obrigada a transformá-las em preferências sem direito a voto.
Acho absurdo que nenhum desses economistas Liberais, que hoje se sentem salvadores da pátria, se indignem que a Familia Odebrecht continuará mandando na Braskem, apesar de possuirem somente 33% do capital, por que o resto dos acionistas não tem direito a voto.
Acho absurdo que somente eu tenho sido a favor que a Petrobras transforme as suas ações preferências sem direito a voto, em ordinárias com direito a voto, uma Diretas Já na Petrobras.
E que ainda tem gente que se acha inteligente propondo a privatização da Petrobras. Como podem ser tão ignorantes?
Petrobras já é uma empresa privada, 62% do seu capital vem de pequenos acionistas sem direito de voto.
O PT controlava a Petrobras com somente 28% do capital, por que a maioria dos acionistas eram proibidos de votar.
E você provavelmente nem sabia disso, depois de 4 anos de notícias diárias sobre o assunto. Que tipo de jornalismo você adere?
E esse silêncio acionário era obtido em troca de dividendos 10% mais elevados.
Isso é uma compra de votos, proibido pela nossa Constituição.
O desconhecimento de princípios elementares de Administração de nossos jornalistas, economistas, FIESP, DEM, Bolsonaro, Aécio, Alkmin, Partido Novo, Leandro Karnal , é muito sério.
Se fossem bem formados deveriam estar, como eu, defendendo o direito de voto de todos os acionistas, Braskem, Petrobras, Odebrecht.
Mas esses imbecis, e desculpem não há outro termo, ficam defendendo a "privatização" da Petrobras.
Quando ela já é uma empresa majoritariamente de capital privado.
Vocês economistas que adoram Von Mises e Hayek, estudem um mínimo de administração antes de escreverem seus lindos textos a favor da Liberdade.
Nem sabem que capitalistas preferências não são livres para votar. Estamos com saco cheio de quem só sabe teoria.
Parem de ficarem mergulhados nos seus Mises, Hayek e Friedmans. Estudem o Brasil e quem entende.
Parem de perder seu tempo e o nosso pedindo que o Governo venda seu bloco de controle ao setor privado.
Lutemos por uma "Direitas Já" na Petrobrás, Braskem e Odebrecht até o Lindenberg e a Hoffman iriam nos apoiar.
Stephen Kanitz

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

PMDB segue PT no Caminho Que Leva ao Brejo

“Esse momento não é de se entregar, é momento de reagir”, bradou, da tribuna do Senado, Jader Barbalho, pajé do PMDB do Pará. Incomodado com a invasão da Lava Jato aos salões do partido, o senador escalou a tribuna do Senado para se queixar da mídia e criticar os juízes e procuradores que se opõem ao projeto sobre abuso de autoridade. Para ele, esses setores tramam derrubar Michel Temer para reconduzir Fernando Henrique Cardoso à cadeira de presidente República.
Jader combinara o discurso com outros três correligionários: Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira. Usou o mesmo tipo de retórica que embalou o PT no seu deslizamento rumo à trágica derrota eleitoral deste ano. Ao escalar suspeitos de corrupção para cuidar de sua defesa, o PMDB revela o mesmo fascínio suicida pelo caminho do brejo que os petistas desenvolveram desde o mensalão.
Não imaginem que estou vindo aqui para defender a mim e aos companheiros do meu partido. Não. Esse processo político é contra todos nós,” disse Jader para um plenário repleto. Ninguém se animou a aparteá-lo. “Esse processo é contra o Parlamento brasileiro”, ele prosseguiu. “Esse processo político é contra a democracia, é contra a elite empresarial brasileira.” Jader instou os colegas a reagirem, sob pena de o Congresso ficar “totalmente avacalhado”.
Difícil discutir com Jader ‘Sudam’ Barbalho sobre avacalhação. O senador é um especialista na matéria. O PMDB não poderia ter escolhido um porta-voz melhor. A reação sugerida por Jader parece improvável. Os responsáveis pela desmoralização do Congresso e pelo enfraquecimento do Executivo são pessoas muito poderosas. Ocupam cargos no Planalto e na Esplanada, exercem mandatos parlamentares. Para combatê-las de verdade, Jader precisaria guerrear com o espelho.
Josias de Souza

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Duas Categorias de Juízes

Sempre que o STF profere alguma decisão bizarra, o povo logo se apressa para sentenciar: “a Justiça no Brasil é uma piada”.
Nem se passa pela cabeça da galera que os outros juízes – sim, os OUTROS – se contorcem de vergonha com certas decisões da Suprema Corte, e não se sentem nem um pouco representados por ela.
O que muitos juízes sentem é que existem duas Justiças no Brasil. E essas Justiças não se misturam uma com a outra. Uma é a dos juízes por indicação política. A outra é a dos juízes concursados.
A Justiça do STF e a Justiça de primeiro grau revelam a existência de duas categorias de juízes que não se misturam. São como água e azeite. São dois mundos completamente isolados um do outro. Um não tem contato nenhum com o outro e um não se assemelha em nada com o outro. Um, muitas vezes, parece atuar contra o outro. Faz declarações contra o outro. E o outro, por muitas vezes, morre de vergonha do um.
Geralmente, o outro prefere que os “juízes” do STF sejam mesmo chamados de Ministros – para não confundir com os demais, os verdadeiros juízes.
A atual composição do STF revela que, dentre os 11 Ministros (sim, M-I-N-I-S-T-R-O-S!), apenas dois são magistrados de carreira: Rosa Weber e Luiz Fux. Ou seja: nove deles não têm a mais vaga ideia do que é gerir uma unidade judiciária a quilômetros de distância de sua família, em cidades pequenas de interior, com falta de mão-de-obra e de infra-estrutura, com uma demanda acachapante e praticamente inadministrável.
Julgam grandes causas – as mais importantes do Brasil – sem terem nunca sequer julgado um inventariozinho da dona Maria que morreu. Nem uma pensão alimentícia simplória. Nem uma medida para um menor infrator, nem um remédio para um doente, nem uma internação para um idoso, nem uma autorização para menor em eventos e viagens, nem uma partilhazinha de bens, nem uma aposentadoriazinha rural. Nada. NADA.
Certamente não fazem a menor ideia de como é visitar a casa humilde da senhorinha acamada que não se mexe, para propiciar-lhe a interdição. Nem imaginam como é desgastante a visita periódica ao presídio – e o percorrer por entre as celas. Nem sonham com as correições nos cartórios extrajudiciais. Nem supõem o que seja passar um dia inteiro ouvindo testemunhas e interrogando réus. Nunca presidiram uma sessão do Tribunal do Júri. Não conhecem as agruras, as dificuldades do interior. Não conhecem nada do que é ser juiz de primeiro grau. Nada.
Do alto de seus carros com motorista pagos com dinheiro público, não devem fazer a menor ideia de que ser juiz de verdade é não ter motorista nenhum. Ser juiz é andar com seu próprio carro – por sua conta e risco – nas estradas de terra do interior do Brasil. Talvez os Ministros nem saibam o que é uma estrada de terra – ou nem se lembrem mais o que é isso.
Às vezes, nem a gasolina ganhamos, tirando muitas vezes do nosso próprio bolso para sustentar o Estado, sem saber se um dia seremos reembolsados - muitas vezes não somos. Será que os juízes, digo, Ministros do STF sabem o que é passar por isso?
Por que será que os réus lutam tanto para serem julgados pelo STF (o famoso “foro privilegiado") – fugindo dos juízes de primeiro grau como o diabo foge da cruz?
Por que será que eles preferem ser julgados pelos “juízes” indicados politicamente, e não pelos juízes concursados?
É por essas e outras que, sem constrangimento algum, rogo-lhes: não me coloquem no mesmo balaio do STF. Faço parte da outra Justiça: a de VERDADE.
Ludmila Lins Grilo
Tribunal de Justiça de MG

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sobre o texto de José Padilha

O diretor de Tropa de Elite, Robocop e Narcos publicou um texto politicamente confuso hoje sobre a degradação do país e pregando a “desobediência civil”.
Como política não é exatamente a praia dele, é preciso fazer alguns esclarecimentos, especialmente porque está sendo bastante compartilhado por aí.
1) Padilha começa o texto dizendo que o Brasil teve uma “ditadura de direita”, uma referência que só serve como pagamento de pedágio ideológico para seus amigos de esquerda, já que ajuda pouco a entender o período de 1964 a 1985. Não há dúvidas que o país estava entregue ao caos em 1964 e, naquele momento histórico e naquelas circunstâncias, é perfeitamente possível se fazer a defesa da intervenção das Forças Armadas para reestabelecer a ordem. Já a manutenção dos militares no poder por 21 anos, não há como qualquer bípede justificar. Havia eleições presidenciais no país a cada cinco anos desde 1945 e se tivesse havido uma eleição direta e democrática em 1965, nem estaríamos falando disso agora. A duração do regime por duas décadas foi, evidentemente, um erro histórico imperdoável.
O mais importante é que o regime, de matriz positivista, nacionalista e tecnocrática, multiplicou por dez o número de estatais do país, gastou bilhões em obras de infraestrutura questionáveis e fez todo tipo de intervenção heterodoxa na economia. Não bastasse isso, a cultura, o ensino, o jornalismo e as artes foram entregues à esquerda, dentro de um raciocínio beócio e estúpido de que “não somos de esquerda nem de direita, somos técnicos acima das ideologias”, uma estultice ainda presente nas cabeças até de alguns que se dizem liberais mas, mesmo sem saber, bebem nas mesmas fontes fétidas de Augusto Comte.
Nas palavras de Olavo de Carvalho, “o progresso econômico dos anos 70-80 espalhou universidades por toda parte e multiplicou ilimitadamente o “proletariado intelectual”, como o chamava Otto Maria Carpeaux, a massa de estudantes semi-instruídos aos quais, ao mesmo tempo, o governo sonegava toda formação política conservadora, deixando-os à mercê dos professores esquerdistas que já naquela época monopolizavam as cátedras universitárias. A crença no poder mágico do crescimento econômico e a completa ignorância do fator cultural (que àquela altura os próprios comunistas já haviam compreendido ser o mais decisivo) selaram o destino do regime.” Nada a acrescentar.
O Brasil não teve um regime “de direita” no sentido liberal clássico, anti-estatista, anti-intervencionista, muito pelo contrário. Não houve nada que se pareça com o que foi o governo de Ronald Reagan ou de Margareth Thatcher, por exemplo, na mesma década que aqui é conhecida como “perdida”. “Ditadura de direita”, caro Padilha, é a mãe.
2) Ao perceber o tamanho do problema do país hoje, Padilha poderia optar por defender o desmonte do Leviatã estatal, mas ele opta pelo niilismo adolescente da “desobediência civil” e cita o misantropo Henry David Thoreau como referência. Ele poderia fazer um mea culpa, entender que as idéias estatizantes e esquerdistas que embalaram sua vida intelectual servem para perpetuar o problema que ele denuncia, mas em vez de um sincero arrependimento seguido de um amadurecimento ideológico em busca de uma sociedade mais moral e livre, em que as instituições são mero reflexo, ele prefere a reação birrenta de dizer que cansou de brincar de democracia e que se as idéias de esquerda não servem então nenhuma serve e vamos todos tocar fogo no mundo para ver o que dá.
Sou contra toda e qualquer “desobediência civil”? É óbvio que não, mas de que adianta fomentar este tipo de confrontação numa população que sequer possui um projeto de nação, um norte político e moral, um rumo para onde seguir, uma idéia do que colocar no lugar do que temos hoje? Não tenho qualquer fetiche pela mudança per si, é sempre possível mudar para pior. E é por isso que escrevi há poucos dias que há um vazio de poder e liderança no país, uma situação que não durará muito tempo, e que será resolvida para o bem ou para o mal. Quem, neste ponto, pode garantir que a mudança de regime hoje será para melhor?
3) Sobre o período lulo-petista, que ele cuidadosamente só se refere como “história recente do Brasil” mas sem dar nomes, Padilha aponta o dedo para o capitalismo "de compadrio”, de “laços" ou de “quadrilha”, a relação promíscua entre governo e empresários que participam de uma seleta casta de privilegiados que recebem benesses bilionárias do estado em troca de propinas. Não passa pela cabeça de Padilha que é exatamente o sistema intervencionista atual do país, o mesmo que faz com que praticamente toda a economia passe direta ou indiretamente pela ingerência do governo, que cria todo tipo de incentivo para que empresários quadrilheiros comprem vantagens no mercado paralelo da corrupção? Se o estado não tiver vantagens para vender, não há o mercado, é tão difícil de entender isso? Se o país não tiver banco público dando empréstimos subsidiados e muitíssimo abaixo do preço de mercado, não há o mercado de subornos para se conseguir estes empréstimos. Tão simples quanto isso.
Em vez de bater pezinho e dizer “ai ai ai, não vou pagar mais IPVA” (morando na Califórnia fica um pouco mais fácil, diga-se), que tal usar seu poder de influência, seu espaço na imprensa, sua força na indústria cultural, para atacar a verdadeira raiz do problema? Padilha me parece um brasileiro bem intencionado e sua indignação é legítima, mas não adianta dar o diagnóstico (que é o mesmo que todos nós temos) sem ter a menor idéia do tratamento necessário para curar a doença.
Temos um país hoje com escolas e universidades “ocupadas”, uma forma de “desobediência civil” que nasce do mesmo niilismo de esquerdista arrependido que inspira artigos como este. Alguém em sã consciência pode argumentar que estas “ocupações” fazem algo remotamente positivo para a educação brasileira? Por acaso alguém imagina que dos escombros de uma escola depredada ou invadida nascerá o Nobel que o Brasil nunca conquistou? Ah, faça-me o favor!
Não há praticamente nada no sistema político e econômico do Brasil que valha a pena “conservar”, o que torna o termo “conservador” hoje no Brasil praticamente uma contradição, já que é entre os “conservadores” hoje que se vê mais sede por mudança real, especialmente na implosão do monstro estatal que vampiriza o país há décadas. Meu “conservadorismo”, que vem de Burke, Tocqueville, Kirk, entre outros, não se parece em nada com a república sindicalista e intervencionista que Vargas criou e o lulo-petismo levou até o limite, deixando como legado a maior crise da história.
O Brasil precisa voltar a discutir abertamente seu passado e seu futuro, precisa tirar aos pontapés os ideólogos de sempre que comandam a indústria cultural e abrir novamente sua mente e sua alma para as idéias que comprovadamente deram certo no mundo.
O salto da crença irracional para o niilismo é apenas uma prova de que ainda é preciso muita leitura, reflexão e crescimento moral, intelectual e espiritual. Ou vamos "saltar da barbárie à decadência sem passar pela civilização"?
O otimismo utópico não pode ser substituído pelo pessimismo irresponsável, pelo ceticismo cego e paralisante, pelo quanto pior, melhor. É deste tipo de sentimento que se alimentam os recrutadores de black blocs, tudo que o Brasil não precisa agora ou na eleição de 2018.
- Desobediência civil - Jornal O Globo http://glo.bo/2hAnpFn
- Positivismo inconsciente (Olavo de Carvalho) http://bit.ly/2hcRAFV
By Alexandre Borges

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

CBF com Registro de Inocência

A CPI do Futebol encerrou nesta quarta-feira suas atividades ao votar o parecer final do relator Romero Jucá (PMDB-RR), que não pede o indiciamento de dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol, mesmo com indícios de esquemas de corrupção envolvendo o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, este prococurado pelo FBI e nem pode sair do Brasil; e os seus antecessores, José Maria Marin - preso nso EUA - e Ricardo Teixeira.
Na última reunião do colegiado, há duas semanas, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o presidente da comissão, o ex-jogador Romário (PSB-RJ), apresentaram um relatório alternativo, em que pediam ao Ministério Público o indiciamento de SETE ex-diretores da CBF, além de dois empresários que assinaram contratos com a entidade. 
Romário e Randolfe alegaram que o relatório oficial da comissão era "chapa branca" e ignorava as investigações que apontavam ocorrência de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e formação de organização criminosa.
De fato, Jucá admite em seu parecer que a CPI teve acesso a documentos que reforçavam o indício de crimes, mas que não seria a instituição mais adequada para dar prosseguimento à investigação. Por isso, ele apenas determina que os documentos sejam enviados para o Ministério Público e Receita Federal.
O líder do PT, senador Humberto Costa (PE) minimizou a questão (COMO COSTUMAM FAZER ESSES PROTETORES DE CRIMINOSOS) e defendeu que, independentemente de qual relatório é o oficial, nada impede que as autoridades usem as informações dos dois para dar prosseguimento às investigações. "Não faz diferença se o relatório votado será o oficial ou o alternativo. Ambos podem ser encaminhados para as instituições responsáveis. Já houve relatórios alternativos aqui que tiveram muito mais repercussões do que os relatórios oficiais. Isso não é um problema", afirmou. 
Nesta quarta-feira, os senadores preferiram votar o relatório oficial, que foi aprovado simbolicamente. Entretanto, Romário afirmou que o relatório alternativo também será enviado às autoridades competentes.
Quando STF se prosta diante de um presidente de poder legislativo e NADA faz para BARRAR as inúmeras irregularidades praticadas sob o manto da imunidade parlamentar, o que esperar de BANDIDOS eleitos para cargos para os quais só buscam proteção?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Desculpo, NÃO... Odebrecht

Alguém acabou morrendo ao dar a luz, nos confins do Brasil, porque não teve atendimento médico. Lá, não tem até hoje um miserável posto de saúde que seja...
O dinheiro que seria pra isso, foi parar nas mãos de um político da região, que assinou uma emenda ao orçamento da União, que fez uma licitação fajuta, que foi parar nas mãos da Odebrecht para construir um terminal qualquer de alguma coisa que nunca foi inaugurada.
Mas o político foi reeleito, porque o dinheiro sujo da Odebrecht, regou com gosto a campanha do parlamentar bandido.

A criança, graças a Deus sobreviveu, mas mal aprendeu a ler e escrever, porque a escola nunca foi construída... As aulas eram ministradas por uma valente alfabetizada, que se compadeceu a ensinar os barrigudinhos da região, sem nem mesmo ganhar salário pra isso.
- Não tem verba, disse algum prefeito na época.
Depois ele foi beber e comer com um representante da Odebrecht que lhe pagou propina pela obra de saneamento que não capta o esgoto e nem leva água encanada à casa nenhuma, mas de quatro em quatro anos ganha um reforço no orçamento para ampliação da rede...

A criança virou adolescente, que só consegue assinar o nome muito lentamente e não lê de 'carreirinha' nem mesmo os nomes na cédula de votação, escolhendo sempre o nome que o patrão lhe disse pra votar - que ninguém duvide - ser o mesmo lá do alto, que de emenda em emenda ao orçamento, deixou rico em Salvador um Odebrecht novinho em folha...

Um capataz agindo na região, arregimentou o quase homem para obra na cidade grande e lá se foi o rapaz, deixando semimorto o pai doente, que sem salário ou pensão, era sustentado pelos minguados cruzeiros novos que seu filho, agora operário da construção civil lhe enviava.
Foi trabalhar na construção da ponte, morar em canteiro de obra, ganhar quase igual as despesas de alimentação e pousada que a empreiteira cobrava. Pegou malária, foi picado por cobra, teve um pé quase decepado e foi encostado no INSS.
Quando estava novo, de novo, foi construir o fórum qualquer de Justiça, que através de licitação saiu mais caro que a nova rede de transporte urbano da metrópole inteira, mas ambas eram ganhos da Odebrecht que as emendas no orçamento sustentavam...

O pai morreu! Sem assistência médica, sem pensão, sem bem algum. O jeito foi trazer a madrasta e as irmãs pra juntar todos com seus próprios bacuris numa favela com esgoto a céu aberto, enquanto uma madame em Brasília se jactava de distribuir residências construídas pelas maiores empreiteiras do país, a preços populares... Não pra ele, que faiscava depois da jornada e nos fins de semana e mal dava pra dar de comer...
Mas para o Marcelinho, dono da empreiteira, tudo ia muito bem obrigado! Com dinheiro do governo financiando obras até no exterior, que um 'amigo' arranjava por uma módica comissão, uma reforminha num sítio ou um triplex na praia ou investimentos nas empresas do filho que largou emprego de bosta no zoológico.

Num confronto com policiais no morro, os traficantes se adonaram do barraco pra resistir e o tiroteio levou mais da metade dos seus... Balas perdidas, disseram. Do barraco, nada sobrou. Virou boca de fumo e tiveram que se mudar mais para o alto, reconstruindo tudo com zinco e papelão. Se a polícia tivesse equipamentos e armas iguais aos dos traficantes, não haveria guerra... talvez houvesse justiça, desde que os magistrados não fossem nomeados pelos interesses dos eleitos com caixa dois, pagos pela Odebrecht. Mas a policia usa revólver de seis tiros, de fabricação nacional e que vira e mexe explode seus próprios dedos das mãos... Falta combustível para as diligências, as cadeias estão apinhadas, enquanto na Papuda os raríssimos políticos presos tem ala diferenciada com TV... não raro é o policial que se sujeita ser vizinho na favela, do traficante que o espreita.

Outro dia bem cedo, depois de duas tentativas, conseguiu ir trabalhar pendurado num trem superlotado. A viagem de hora e meia não durou vinte minutos. O trem quebrou e largou todos nos trilhos, uma caminhada de mais meia hora até um ponto de ônibus pra completar o trajeto. Quando chegou pra trabalhar foi mandado para o RH, estava despedido.
Desorientado, foi atropelado ao atravessar a rua.
Chegou com vida ao pronto socorro, mas ficou na maca da ambulância por horas, até que morreu sem ser atendido. O estado diz que não tem verba pra melhorar o atendimento. Na TV, os jornalistas lamentam outras mortes, um 'comissionado' emite uma nota pra justificar o injustificável, enquanto a Odebrecht ganhava mais uma licitação na Petrobras, um estádio pra construir pra Copa, uma outra obra pra Olimpíada e as filhas do Marcelinho um iPhone novo...

Não,  Odebrecht...
Eu não desculpo nada!
Amanhã mesmo vocês vão ajudar a eleger o próximo vereador, deputado, senador, presidente da República... QUEM DUVIDA?
E nós vamos continuar convivendo com os Lewandowskys e Toffolis da vida, com os cretinos falsos democratas dos Gilmars Mendes, enquanto os Renans e Maias macomunados com os Temers, Lulas e Dilmas tentam impedir que os Moros PRENDAM vocês por toda esta desgraça que se instalou no Brasil... Sim! Foram vocês que FINANCIARAM toda esta corja que hoje habita Brasília, os palácios dos estados e municípios país afora... VOCÊS SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS!
Perdão, Odebrecht? Isso é lá com DEUS.
Aqui comigo não!