segunda-feira, 26 de março de 2018

Não... Eu não vou!

No dia 26 de março do ano passado, eu escrevi este texto sobre as manifestações de rua.
Vale para as próximas, marcada para o dia 3 de abril deste ano...

Bom Dia!
Não... Eu não vou!
Cansei.

A maioria de vocês também não vai, seja lá por qual razão. A verdade é que o 'povo', contra quem os políticos trabalham dia sim e no outro também - dizendo obviamente o contrário - não está interessado em livrar o país desta corja, aliás foi esse mesmo povo que os elegeu, reelegeu e está pronto pra trazer todos de volta ano que vem, exceto se o juiz Sérgio Moro os trancafiar e impedir que se candidatem.
Mas assim mesmo poderão ser eleitos, afinal eles próprios estão prontos pra votar suas respectivas anistias e também o voto em lista, onde seus nomes encabeçarão a relação dos que tomarão posse em 2019. Mesmo presos, se o STF não os libertar antes...

Esta é a nossa realidade política.
Os que podem mudar isso estarão sentados em frente à TV assistindo um programa ou filme qualquer, depois de saborear uma suculenta carne podre que país nenhum quis comprar. Esses, que não vão se aposentar porque a corja já se aposentou 30, 40 anos antes, são os mesmos que não terão o direito de receber uma pensãozinha mequetrefe que não compra nem pirulitos para os netos... mas quem se importa, se as bundas estão a mostra no Domingão do Faustão?
Ou a subcelebridade de quem copia a maquiagem, as roupas e as cores do cabelo, está no ar pra ensinar o truque da selfie perfeita?

Não... não vou pra rua hoje!
Aqui mesmo nas redes sociais ainda existem os que não admitem nem mesmo que esta corja assaltou o Brasil, querem fazer crer que foi necessário pagar Bolsa Família com nossos impostos exorbitantes e os culpados são os empresários malvadões. Só pra ficar nos assuntos lights... porque hoje é domingo!

Itamar Franco, depois que o ladrāo de galinhas do Collor caiu, quase foi derrubado pelo Exército porque posou no camarote da Sapucaí com Lilian Ramos sem calcinha. Foi salvo pela prematuridade da volta democrática do país. Hoje, depois de tudo que sabemos - e saberemos muito mais amanhã - ninguém quer fazer nada por si, pelos filhos, pelos netos... ninguém!
Não vou pra rua 'sozinho' enquanto vocês ficam assistindo TV.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Flu x Fla da Taça Rio 2018

Obviamente que eu preferia ter ficado de fora desse mau sentimento. Mas se nesse Fla-Flu safado de quinta-feira o Flamengo fosse uma pessoa o Flamengo seria uma pessoa horrível. É um absurdo o Flamengo ir até o Engenho de Dentro fazer um jogo cheio de ofensas, grosserias. Já ofendeu a torcida, já ofendeu o Fla-Flu, ofendeu até a mim. Esse futebol é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia. A vida para esse Flamengo é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua proposta? O Fla-Flu foi uma uma vergonha, foi uma desonra para o Flamengo. Um jogo desses, sozinho, desmoraliza até até o solo sagrado da Gávea.
O professor Carpegiani aloprou, e mostrou isso desde a escalação inicial. Rever em vez de Rodhofo foi piração. Ainda mais com um Rever vindo de parado pra fazer dupla com nosso zagueiro sênior que joga quase sempre em easy mode pra encarar um ataque de pivetes e trombadinhas. Aliás, nossa defesa tem tudo pra dar muita dor de cabeça em 2018. Diego Alves é um grande goleiro? Sim, Diego Alves é um grandíssimo goleiro. Só que Diego Alves força a amizade. E tem saído do gol com o ímpeto de quem vai buscar o jornal de manhã no capacho da entrada. Só falta o pijama listrado e o robe de chambre. Vou nem comentar os laterais, os caras erraram tudo o que tentaram.
Uma mexida amalucada do Carpegiani que deu certo foi botar o Everton pra fazer a lateral. Mudança que a torcida pede há muito tempo. Será que o golaço que o Everton fez não o convenceu ainda que a lateral esquerda é a sua posição natural? Será que ele não percebe que foi jogando ali que ele conquistou as maiores glórias da sua carreira? Foi o único acerto do nosso treinador ontem. E não mete essa de que Everton não sabe marcar. Quem ouve pode até pensar que o Renê e o Trauco sabem.
O meio de campo, em uma noite desinspirada de Paquetá, foi aquele deserto de ideias. Diego e Everton Ribeiro nada apresentaram e deixaram a tarefa de jogar bola pro Jonas. Que compensa sua deficiência técnica com muita dedicação. Jonas era o único cara no Engenhão, com exceção dos tricolores, que levou o Fla-Flu a sério. Sejamos sinceros, os caras entraram com muito mais disposição e vontade do que o Flamengo. Mesmo porque o jogo pra eles valia muito mais do que pra nós.
Mas ruim mesmo foi o nosso ataque. É tão obtusa e atrasada a ideia de que Vinicius Jr só pode entrar em campo depois que o Flamengo está perdendo que quando o Carpegiani chamou o moleque do banco teve gente que em vez de ficar amarradona ficou foi puta. E com razão. É muita teimosia, muita insistência em seguir o caminho do burro sem olhar para os lados e sem abrir a cabeça para novas ideias.
A joia madrileña até que tentou fazer uma graça, mas não deu sorte nas conclusões. Pelo menos Vinicius Jr deixou evidente, até para os leigos, que o ataque do Flamengo com ele é outra coisa. Muito mais contundente, muito mais agressivo, muito mais Flamengo. Pra que esperar o Flamengo ficar atrás do placar para que ele entre em campo com sua juventude e impetuosidade? Esse moleque tem que começar jogando, isso é óbvio.
Enfim, foi um Fla-Flu dos mais esquecíveis e sem graça. Ainda bem que já acabou. E pra quem ainda não percebeu que é muito mais do que futebol o grande momento do jogo foi ver as duas torcidas unidas nos mesmos sentimentos: o ódio ao Dourado!
Partes do texto original de Arthur Muhlenberg - Facebook

segunda-feira, 19 de março de 2018

STF prepara GOLPE pra livrar Lula da prisão

Após uma sequência de tentativas frustradas, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma nova ofensiva para evitar a prisão tão logo o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) conclua o julgamento dos embargos de declaração no caso envolvendo um tríplex no Guarujá (SP). Conforme noticiou a jornalista Eliane Cantanhêde, em sua coluna no jornal O Estado de S.Paulo, os advogados do líder petista descobriram uma pequena brecha para pôr em pauta no STF (Supremo Tribunal Federal) a rediscussão da prisão em segunda instância, à revelia da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.


Ironicamente, o recurso pode ocorrer justamente por brecha gerada na liminar que permitiu a prisão após decisão colegiada, em outubro de 2016, posteriormente confirmada pelo plenário em dezembro daquele ano por placar apertado, de 6 votos a 5. Isso porque, segundo a coluna, o acórdão da liminar nunca tinha sido publicado, o que permitiria revisão. Eis que, em 7 de março, o acórdão foi publicado, o que abriu prazo de cinco dias úteis para a apresentação de recursos. Foi o que fez o Instituto Ibero Americano de Direito Público no limite do prazo.
A estratégia vem depois de três tentativas frustradas de retomar a discussão no plenário do Supremo. Primeiro, tentou-se convencer a ministra Cármen Lúcia de incluir o habeas corpus preventivo de Lula em pauta, mas ela mostrou-se indisposta a assumir tal movimento. Depois, surgiu a tentativa de levar ao plenário habeas corpus de outros condenados, que poderiam impactar na situação do ex-presidente "por tabela". Contudo, a pauta de abril foi divulgada sem a previsão de análise dessa questão. A terceira tentativa foi convencer outros ministros do STF a forçarem a discussão do tema em plenário. Contudo, nenhum magistrado se dispôs a assumir o ônus.

Segundo a jornalista, a solução sofisticada para driblar as adversidades ao petista é atribuída ao advogado Sepúlveda Pertence, que conhece o caminho das pedras no Supremo. Publica-se a liminar de 2016 e gera-se um embargo de declaração, que leva a discussão ao plenário, o que possibilita a mudança de voto de alguns magistrados, como já indicou o ministro Gilmar Mendes. Ainda de acordo com Cantanhêde, Cármen Lúcia foi chamada para uma reunião na próxima terça-feira, na qual a questão da prisão em segunda instância poderia ser discutida. Ventila-se a possibilidade de o plenário adotar um meio-termo, autorizando o cumprimento da pena após condenação no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

segunda-feira, 12 de março de 2018

O Estado Brasileiro está Paralisado

Está havendo neste momento um curto-circuito na vida pública do Brasil. Sempre se pode dizer que essa é uma situação mais ou menos permanente entre os nossos tomadores de decisão, mas o que se pode ver agora é uma paralisia progressiva do Estado brasileiro, em seu conjunto, para lidar com o crime — uma sala de espera para a entrada na UTI, onde são tratados casos de falência múltipla da capacidade de governar. Não é só o Executivo. É tudo junto: não conseguem gerir a máquina estatal com índices mínimos de coerência, na questão criminal, nem o Senado nem a Câmara, o Judiciário de alto a baixo, o Ministério Público, também de alto a baixo, os governadores, os prefeitos e quem mais tiver alguma responsabilidade na criação e na execução das leis dentro do território nacional. Um pedaço desse território, aliás, foi fisicamente invadido por bandos munidos de armamento pesado e não faz mais parte, na prática, da República Federativa do Brasil. É o ex-estado do Rio de Janeiro. Tornou-se uma área declarada independente pelos criminosos e por seus sistemas de apoio na sociedade; não tem mais governo. O governador, um cidadão que se deixa chamar de “Pezão”, sumiu. A Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores são pouco mais que uma reserva biológica de ladrões do Erário, em que ninguém pode mexer ou entrar. Nem o Exército brasileiro pode retomar o território invadido: foi despachado para o Rio, mas seus oficiais e soldados são proibidos pela lei de atirar no inimigo. É como se estivessem numa área indígena demarcada e autônoma, onde nenhuma autoridade tem licença para fazer nada e os habitantes desfrutam de direitos extraterritoriais. Os Três Poderes olham de boca aberta para essa aberração toda — e insistem em vetar qualquer ideia capaz de restabelecer a razão na segunda maior cidade do país.
O veto vem do pânico descontrolado por parte do governo, do Congresso, dos supremos tribunais de Justiça e do restante do sistema judiciário diante do mínimo risco de que o combate ao crime possa ferir os direitos civis previstos em nossa Constituição. Mas a Constituição brasileira não está em vigor no Rio de Janeiro. Foi abolida pelos bandidos, e o Estado não tem como garantir aos cidadãos os seus direitos mais elementares — direito à vida, à propriedade, à liberdade de ir e vir e todos os outros que o crime cassou. Se nem o Exército está autorizado a enfrentar os criminosos, o que o homem comum, que não tem carro blindado, não se desloca em helicópteros nem mora em fortalezas defendidas por seguranças, pode fazer em sua defesa? As autoridades não sabem. Só sabem uma coisa, com absoluta certeza: os direitos humanos, ou de qualquer tipo, dos bandidos são sagrados. Aí não se pode mexer. É lógico que não admitam o desrespeito às leis vigentes, transformadas ao longo dos anos num sistema praticamente invencível de proteção aos direitos de quem pratica o crime, tanto mais forte e eficaz quanto mais forte o criminoso. Fica impossível de entender, porém, sua oposição feroz a qualquer mudança nessas leis. Mudanças de emergência, então, ou discutidas num regime de urgência, como seria indispensável neste momento, nem pensar. Aí os circuitos regulares do pensamento e da ação deixam de funcionar.
É um sintoma exemplar desse deslizamento rumo à demência a defesa cada vez mais agressiva dos criminosos pela maior parte daquilo que se considera no Brasil o “campo progressista”. Não lhes passa pela cabeça, nunca, que há nessa guerra uma população inocente, oprimida o tempo todo pelo inimigo e necessitada urgentemente de proteção. Seu interesse se concentra em opor-se à intervenção, falar mal dos militares e imaginar esquemas de defesa para a bandidagem — tais como as propostas de “diálogo” com o tráfico, desarmamento da polícia, legalização da droga, exigência de que os agentes do Estado esperem os criminosos atirar contra eles antes de usar as próprias armas, e por aí vai. Estão apagando todas as luzes.
J.R.Guzzo