sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Desculpo, NÃO... Odebrecht

Alguém acabou morrendo ao dar a luz, nos confins do Brasil, porque não teve atendimento médico. Lá, não tem até hoje um miserável posto de saúde que seja...
O dinheiro que seria pra isso, foi parar nas mãos de um político da região, que assinou uma emenda ao orçamento da União, que fez uma licitação fajuta, que foi parar nas mãos da Odebrecht para construir um terminal qualquer de alguma coisa que nunca foi inaugurada.
Mas o político foi reeleito, porque o dinheiro sujo da Odebrecht, regou com gosto a campanha do parlamentar bandido.

A criança, graças a Deus sobreviveu, mas mal aprendeu a ler e escrever, porque a escola nunca foi construída... As aulas eram ministradas por uma valente alfabetizada, que se compadeceu a ensinar os barrigudinhos da região, sem nem mesmo ganhar salário pra isso.
- Não tem verba, disse algum prefeito na época.
Depois ele foi beber e comer com um representante da Odebrecht que lhe pagou propina pela obra de saneamento que não capta o esgoto e nem leva água encanada à casa nenhuma, mas de quatro em quatro anos ganha um reforço no orçamento para ampliação da rede...

A criança virou adolescente, que só consegue assinar o nome muito lentamente e não lê de 'carreirinha' nem mesmo os nomes na cédula de votação, escolhendo sempre o nome que o patrão lhe disse pra votar - que ninguém duvide - ser o mesmo lá do alto, que de emenda em emenda ao orçamento, deixou rico em Salvador um Odebrecht novinho em folha...

Um capataz agindo na região, arregimentou o quase homem para obra na cidade grande e lá se foi o rapaz, deixando semimorto o pai doente, que sem salário ou pensão, era sustentado pelos minguados cruzeiros novos que seu filho, agora operário da construção civil lhe enviava.
Foi trabalhar na construção da ponte, morar em canteiro de obra, ganhar quase igual as despesas de alimentação e pousada que a empreiteira cobrava. Pegou malária, foi picado por cobra, teve um pé quase decepado e foi encostado no INSS.
Quando estava novo, de novo, foi construir o fórum qualquer de Justiça, que através de licitação saiu mais caro que a nova rede de transporte urbano da metrópole inteira, mas ambas eram ganhos da Odebrecht que as emendas no orçamento sustentavam...

O pai morreu! Sem assistência médica, sem pensão, sem bem algum. O jeito foi trazer a madrasta e as irmãs pra juntar todos com seus próprios bacuris numa favela com esgoto a céu aberto, enquanto uma madame em Brasília se jactava de distribuir residências construídas pelas maiores empreiteiras do país, a preços populares... Não pra ele, que faiscava depois da jornada e nos fins de semana e mal dava pra dar de comer...
Mas para o Marcelinho, dono da empreiteira, tudo ia muito bem obrigado! Com dinheiro do governo financiando obras até no exterior, que um 'amigo' arranjava por uma módica comissão, uma reforminha num sítio ou um triplex na praia ou investimentos nas empresas do filho que largou emprego de bosta no zoológico.

Num confronto com policiais no morro, os traficantes se adonaram do barraco pra resistir e o tiroteio levou mais da metade dos seus... Balas perdidas, disseram. Do barraco, nada sobrou. Virou boca de fumo e tiveram que se mudar mais para o alto, reconstruindo tudo com zinco e papelão. Se a polícia tivesse equipamentos e armas iguais aos dos traficantes, não haveria guerra... talvez houvesse justiça, desde que os magistrados não fossem nomeados pelos interesses dos eleitos com caixa dois, pagos pela Odebrecht. Mas a policia usa revólver de seis tiros, de fabricação nacional e que vira e mexe explode seus próprios dedos das mãos... Falta combustível para as diligências, as cadeias estão apinhadas, enquanto na Papuda os raríssimos políticos presos tem ala diferenciada com TV... não raro é o policial que se sujeita ser vizinho na favela, do traficante que o espreita.

Outro dia bem cedo, depois de duas tentativas, conseguiu ir trabalhar pendurado num trem superlotado. A viagem de hora e meia não durou vinte minutos. O trem quebrou e largou todos nos trilhos, uma caminhada de mais meia hora até um ponto de ônibus pra completar o trajeto. Quando chegou pra trabalhar foi mandado para o RH, estava despedido.
Desorientado, foi atropelado ao atravessar a rua.
Chegou com vida ao pronto socorro, mas ficou na maca da ambulância por horas, até que morreu sem ser atendido. O estado diz que não tem verba pra melhorar o atendimento. Na TV, os jornalistas lamentam outras mortes, um 'comissionado' emite uma nota pra justificar o injustificável, enquanto a Odebrecht ganhava mais uma licitação na Petrobras, um estádio pra construir pra Copa, uma outra obra pra Olimpíada e as filhas do Marcelinho um iPhone novo...

Não,  Odebrecht...
Eu não desculpo nada!
Amanhã mesmo vocês vão ajudar a eleger o próximo vereador, deputado, senador, presidente da República... QUEM DUVIDA?
E nós vamos continuar convivendo com os Lewandowskys e Toffolis da vida, com os cretinos falsos democratas dos Gilmars Mendes, enquanto os Renans e Maias macomunados com os Temers, Lulas e Dilmas tentam impedir que os Moros PRENDAM vocês por toda esta desgraça que se instalou no Brasil... Sim! Foram vocês que FINANCIARAM toda esta corja que hoje habita Brasília, os palácios dos estados e municípios país afora... VOCÊS SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS!
Perdão, Odebrecht? Isso é lá com DEUS.
Aqui comigo não!

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