sexta-feira, 23 de março de 2018

Flu x Fla da Taça Rio 2018

Obviamente que eu preferia ter ficado de fora desse mau sentimento. Mas se nesse Fla-Flu safado de quinta-feira o Flamengo fosse uma pessoa o Flamengo seria uma pessoa horrível. É um absurdo o Flamengo ir até o Engenho de Dentro fazer um jogo cheio de ofensas, grosserias. Já ofendeu a torcida, já ofendeu o Fla-Flu, ofendeu até a mim. Esse futebol é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia. A vida para esse Flamengo é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua proposta? O Fla-Flu foi uma uma vergonha, foi uma desonra para o Flamengo. Um jogo desses, sozinho, desmoraliza até até o solo sagrado da Gávea.
O professor Carpegiani aloprou, e mostrou isso desde a escalação inicial. Rever em vez de Rodhofo foi piração. Ainda mais com um Rever vindo de parado pra fazer dupla com nosso zagueiro sênior que joga quase sempre em easy mode pra encarar um ataque de pivetes e trombadinhas. Aliás, nossa defesa tem tudo pra dar muita dor de cabeça em 2018. Diego Alves é um grande goleiro? Sim, Diego Alves é um grandíssimo goleiro. Só que Diego Alves força a amizade. E tem saído do gol com o ímpeto de quem vai buscar o jornal de manhã no capacho da entrada. Só falta o pijama listrado e o robe de chambre. Vou nem comentar os laterais, os caras erraram tudo o que tentaram.
Uma mexida amalucada do Carpegiani que deu certo foi botar o Everton pra fazer a lateral. Mudança que a torcida pede há muito tempo. Será que o golaço que o Everton fez não o convenceu ainda que a lateral esquerda é a sua posição natural? Será que ele não percebe que foi jogando ali que ele conquistou as maiores glórias da sua carreira? Foi o único acerto do nosso treinador ontem. E não mete essa de que Everton não sabe marcar. Quem ouve pode até pensar que o Renê e o Trauco sabem.
O meio de campo, em uma noite desinspirada de Paquetá, foi aquele deserto de ideias. Diego e Everton Ribeiro nada apresentaram e deixaram a tarefa de jogar bola pro Jonas. Que compensa sua deficiência técnica com muita dedicação. Jonas era o único cara no Engenhão, com exceção dos tricolores, que levou o Fla-Flu a sério. Sejamos sinceros, os caras entraram com muito mais disposição e vontade do que o Flamengo. Mesmo porque o jogo pra eles valia muito mais do que pra nós.
Mas ruim mesmo foi o nosso ataque. É tão obtusa e atrasada a ideia de que Vinicius Jr só pode entrar em campo depois que o Flamengo está perdendo que quando o Carpegiani chamou o moleque do banco teve gente que em vez de ficar amarradona ficou foi puta. E com razão. É muita teimosia, muita insistência em seguir o caminho do burro sem olhar para os lados e sem abrir a cabeça para novas ideias.
A joia madrileña até que tentou fazer uma graça, mas não deu sorte nas conclusões. Pelo menos Vinicius Jr deixou evidente, até para os leigos, que o ataque do Flamengo com ele é outra coisa. Muito mais contundente, muito mais agressivo, muito mais Flamengo. Pra que esperar o Flamengo ficar atrás do placar para que ele entre em campo com sua juventude e impetuosidade? Esse moleque tem que começar jogando, isso é óbvio.
Enfim, foi um Fla-Flu dos mais esquecíveis e sem graça. Ainda bem que já acabou. E pra quem ainda não percebeu que é muito mais do que futebol o grande momento do jogo foi ver as duas torcidas unidas nos mesmos sentimentos: o ódio ao Dourado!
Partes do texto original de Arthur Muhlenberg - Facebook

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