sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Violência é no Nordeste

VOCÊ, que me acompanha desde o interior e da capital paulista, do litoral carioca e capixaba, dos estados do sul e centro oeste, das colinas mineiras e do sertão... Vocês sabiam que tenho leitores aqui até do Pará? Desde o tempo que o blog iniciou ainda sob o Spaceblog. Estudantes, executivos, empresários, profissionais liberais e parentes. Toda essa gente que aqui repousa seu olhar sabe que eu "meto o pau" nesse nosso governo socialista de meia-tijela, que está mais pra capitalista do seu próprio grupo, melhor dizendo, formador de patrimônio da sua turma.
Hoje vou falar sobre um assunto que, desde o Império, os governantes falam, falam e não resolvem nada. Nada! D.Pedro II já teria dito: "Venderei até o último brilhante da minha coroa para acabar com a seca no Nordeste". Todos sabemos que a coroa do Imperador está no Museu Imperial de Petrópolis com todos os diamantes. E o nordeste continua lá, com todos os problemas daquele tempo, agravados pela concentração urbana que requer mais que água pra que as pessoas sobrevivam.

Não falo sentado na cadeira sem saber do que estou falando. Eu conheço aquela região. Desde 1979 que circulava pelo interior da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí, Pará, Amapá, Goiás, Minas Gerais e claro, pelas principais cidades do litoral. Muito menos a passeio, conheci algumas das dificuldades mais tristes daqueles irmãos brasileiros. Creio que vocês todos sabem, mesmo que não tenham visto "ao vivo". Se no sertão não chove, no litoral, não raro, temos enchentes destruidoras.

Neste século, pra não voltar às promessas do Imperador, o Ministério da Integração Nacional aplicou pouco mais de sete bilhões de reais para socorrer cidades com ocorrências climáticas no país todo. Nesta conta estão as enchentes no sul e sudeste, quase sempre arrasadoras, que causam prejuízos à infraestrutura e que custa caro recuperar. E na prevenção?, perguntará você depois deste dado. Menos de 10%, para ser exato R$ 697,8 milhões.
Pode, imediatamente, pensar que falta dinheiro pra aplicar em prevenção. Eu respondo: não! Só para ficar no tal governo socialista - ou como eles gostam de dizer, que cuida dos mais pobres - os orçamentos para esta rubrica é efetivado em apenas 24,4%, ou seja, um quarto do dinheiro disponível. Mais de setenta e cinco por cento (75,6%) do orçamento aprovado no poder legislativo - e a gente sabe que eles emendam verba em cima de verba pra depois pegar suas casquinhas - não é aplicado na prática. Ausência de interesse? Falta de necessidade? Não! Ausência de competência pra gestão e falta de vergonha na cara dos políticos.

Com um pouquinho de boa vontade, basta dar uma olhadinha nos relatórios do TCU - Tribunal de Contas da União - organismo muito mais afeito a "aprovar" as contas do que "rejeitar e condenar" as trapalhadas dos seus ex-companheiros de legislativo; para a gente perceber que o dinheiro utilizado - vale lembrar, um quarto do aprovado no orçamento - segue o destino que a origem do ministro determina. Em 2010 o ministro era baiano, quase R$ 85 milhões foi pra Bahia. Ano passado o ministro pernambucano assumiu: 90% dos recursos do programa de prevenção foi pra Pernambuco.
Este ano o governo federal "remexeu" o caldeirão, juntou verbas de vários ministérios, divulgou que tinha R$ 4 bilhões pra investir, blá-blá-blá-blá... Chegamos em novembro e nem a metade foi efetivamente empenhada.

A imprensa paulista, agora também a nacional foi contaminada, passou os últimos trinta dias - e não dá sinais que vai desistir - falando de violência na capital paulista. Achava-se que era pra detonar a candidatura Serra, como já tinha sido feito em 2006. Conclui-se que o objetivo é destronar o PSDB do governo estadual. Isso que São Paulo tem os melhores índices de segurança pública em todo o país, infinitamente melhor que os índices do Rio de Janeiro, por quem a imprensa nacional tem um carinho quase paternal. Os paulistas são "protofascistas" porque expulsam viciados da cracolândia paulistana; o prefeito do Rio é alçado à genialidade por fazer o mesmo e querer implantar regime de internação compulsória. E assim vai...

E a violência contra o povo nordestino? Cada centavo desviado pelo "mensalão" - e sabe-se, não é só o que foi julgado pelo STF agora - cada selo e passagem aérea que os políticos usam pra "consultar as bases"; cada cargo gentilmente cedido aos amigos e parentes na Câmara, Senado, Ministérios e estatais, com salários fora da realidade do mundo empresarial e privado - são verbas que poderiam estar sendo investidas em açudes, poços, carros-pipas, tubulação, bombas, equipamentos que levassem água à essa gente. Brancos e pretos, mulatos e índios, imigrantes e migrantes que, desde sempre, esperam por uma solução que está longe, muito longe, de ser concretizada.

Não quero ouvir blá-blá-blá-blá deste e de governos passados, que foi o governo que mais fez, que nunca na história desse país, que isso e aquilo. Quero ver fazer! Realizar! Resolver!
Enquanto isso, para cada nordestino que morre, pra cada cabeça de gado que definha, pra cada planta que não nasce no sertão; a culpa é exclusivamente dos governantes. E esta é a verdadeira violência que a imprensa não se incomoda de assistir calada. Quando muito, no caderno de cultura, a mídia abre espaço para divulgar uma mostra fotográfica de um dos seus repórteres-fotográficos que, nas férias, resolveu dar um rolé por lá e fazer fotos iradas do povo, enquanto morriam.

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