quinta-feira, 4 de abril de 2013

Inflação: - Voltei!

Lendo alguns artigos e posts na mídia eletrônica sobre o problema do 'pibinho', dos juros e a escalada inflacionária, que parece ser a única coisa a incomodar nossa imprensa "livre como um taxi" em relação ao (des)governo petista (abraçado e carregado no colo pelo PMDB e demais siglas de aluguel); encontrei este comentário que achei bem próximo de tudo que eu penso da atuação do nosso Banco Central e da área econômica da presidentA, que está por trazer de volta, com direito a tapete vermelho, nossa velha conhecida: a INFLAÇÃO!
O 'comentarista' é uma pessoa que diz se chamar Claudio. Ele começa mais ou menos assim: Mais uma vez, o blogueiro se mete em trapalhadas devido a teoria econômica. Existem milhões de críticas a serem feitas, mas não a do post. Já escreveram aí embaixo (referindo-se a outros comentários) respondendo parte da pergunta, mas eu faço um (pequeno) avanço:
1- Inflação é descompasso entre oferta agregada e demanda agregada. Como investimento faz parte da demanda agregada, um crescimento forte deste pode gerar inflação. Mas este não é o único canal que pode desequilibrar esta relação oferta-demanda. O outro componente é o consumo. E o governo vem, há muitos anos, incentivando o crescimento tanto do consumo público quanto privado (através de endividamento) e gerando o quadro atual. Mas a situação é tão insustentável (ninguém acredita que isso pode se manter) que o investimento vem despencando há bastante tempo (explicando este crescimento medíocre). Usando o comentário sobre tomates passado. É a situação onde a demanda por tomates aumentou de forma claramente transitória. Eu aumento meus preços, mas não busco aumentar a produção porque sei que, no futuro, não existirá esta demanda. Isto explica a situação de estagflação que temos hoje e porque isto claramente não é sustentável.
2- Políticas anti-inflacionárias, portanto, deveriam focar na diminuição do consumo (público e privado) ao mesmo tempo em que o governo deveria estimular o lado da oferta (estimulando tanto o aumento da produtividade quanto dos investimentos). O governo é muito confuso e incompetente para fazer esta segunda parte. A primeira, porém, deveria contar não só com este aperto monetário, mas, principalmente, com uma política fiscal mais restritiva. Mas o que o governo está fazendo? Ele busca desonerar produtos específicos que impactem os índices de preços pontualmente. Isto é uma burrice muito grande. Não só não ajuda como BOTA LENHA NA FOGUEIRA (a política fiscal está cada vez mais expansionista). Ao mesmo tempo, os esquemas de empréstimos via BNDES diminuem muito a eficácia da política monetária, o que é péssimo para nós.
3- Olhe só como são as expectativas. Se acho que a inflação vai comer solta e o governo não liga para isto, vou brigar por maiores salários, não vou me preocupar tanto em dar aumentos salariais aos meus empregados e por aí vai. Caso eu realmente acredite que o governo não vai deixar a inflação subir, eu já começo a achar um aumento de 5% muito bom, já não sou tão condescendente assim com pedido de aumento de preços de fornecedores ou empregados etc. Infelizmente, as expectativas estão muito deterioradas, e nada que o governo disser vai mudar isto (falar é fácil e todos sabem disto). Uma possível mudança (que não vai ocorrer) é uma mudança institucional que dê independência ao BC e caso coloquem na presidência alguém de reputação sólida. Ou seja, é necessário um fato concreto que efetivamente mude as expectativas.
PAUSA: O 'comentarista' não explica para QUEM este independente chefe todo poderoso do Banco Central vai prestar contas... Ou será que o presidente do Banco Central seria o(a) presidente(a) da república? Ou ainda: seria ele subordinado institucionalmente a Câmara Federal ou ao Senado? Você que está lendo aqui e agora: - Está disposto a ter um Banco Central independente subordinado a um, digamos, Henrique Alves? Um Renan Calheiros? Olha que já tivemos lá um João Paulo Cunha e um José Sarney, este último por quase um século...
4- Por fim, o desastre desta fala do Tombini. Ao contrário do que pensam as pessoas, um aumento da taxa de juros é ruim para os bancos e investidores. Isto porque o preço atual dos títulos tem que cair para a taxa de juros subir. Ou seja, um aumento da taxa de juros requer queda do preço dos títulos e, portanto, diminuição do valor das riquezas dos investidores. Quando eu anuncio que vou fazer isto daqui a um mês, eu só favoreço os especuladores. Isto é péssimo para a economia. Isto aumenta a instabilidade da economia. E o pior é que o Tombini sabe disto!!! E mesmo assim ele faz isto!!!
Bem... eu já não voto nessa gente, mas você que votou, espero que daqui pra frente tenha em mente que 'eles' não sabem o que estão fazendo. Ou então estão de sacanagem! E as duas coisas não interessam para o país.

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