segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Viagem pra China - Parte III

Cheguei aqui pensando que o mundo era pequeno, sairei daqui pensando que o mundo é grande demais e que não vi nada...
Aqui as crianças não usam fraldas, apenas um rasgo na parte de trás da calça que lhes dá a liberdade para elas irem na rua e fazerem xixi quando der vontade.
Liberdade... o significado desta palavra aqui é muito valorizado. Uma pessoa livre é aquela que trabalha e tem vida, que pode fazer o que quiser, se vestir como quiser, sem ser preso ou perseguido; quem pode ler o que quiser e ter acesso ao que quiser.
Para serem livres eles usam a criatividade, burlam o sistema (meu contato na China tem Facebook - proibido aqui - e a reposta dela para isso é: - nós damos um jeito!); e eles dão mesmo.

A todo lugar que fomos tem história e não apenas uma história, uma história milenar.... tradição é o sobrenome deles, isso vem de muito antes de nós sabermos o que é história.... de muito antes de eles pensarem em existir neste momento do mundo e eles respeitam essa relação como se agradecessem por estarem vivos.
Seus avós e bisavós passaram por muitas privações, naquela época não se pensava em ter algo pois a prioridade era manter-se vivo, ter comida já era uma benção e a geração atual percebe este fato como uma sorte que à eles foi concedida.

Há 15 anos atrás alguém que visitou Shanghai contou-me que o presidente da empresa, que ele fora visitar, tinha sido roubado. Sua bicicleta tinha sumido e ele passou a ter que ir pra empresa andando.
Isso não acontece mais, em 15 anos muita coisa mudou e agora o presidente anda de Buick ou Honda e variadas marcas de carros dos mais luxuosos possíveis...
O povo deste lugar tem dinheiro para comprar e as grandes marcas mundiais já perceberam isso. Chanel, Versace, Dolce&Gabana, H&M, IBM, Apple etc.... estão em todo lugar com lojas ultra espaçosas e luxuosas.

Ir ao templo foi uma coisa mágica, ver aquelas pessoas completamente em transe para agradecer e pedir um ano bom, um ano de sorte; foi como um tapa na cara para quem não acredita que existe realmente algo maior que nós mesmos.

Pois existe algo muito maior e está dentro de nós, basta sabermos como extraí-lo... o que importa é o que carregamos dentro de nós, o externo é apenas decoração; diria Buda.

Os prédios impressionam, a todo momento você se surpreende. De um lado casas antigas de estilo europeu de outro lado casas de estilo chinês, com seus telhados entalhados cheios de detalhes, e a frente prédios gigantes, com mais de 100 andares, ultra modernos, deixando claro que na China não tem mais lugar para decadência e pobreza extrema.

Todos trabalham aqui, as fábricas abrigam a população que há 15 anos atrás ficava nas ruas ou fazendo "volume" em sub-empregos, como recepcionar usuários nos banheiros e alcançar papel para secar as mãos. Não há leis trabalhistas como conhecemos, hoje trabalham aqui e depois desaparecem, vão para outra empresa porque lá pagam mais.

A pouco fui comer comida chinesa tradicional e me surpreendi com a variedade de vegetais e pratos, mostro as fotos mais adiante em um próximo post.
Agora é hora de visitar o templo de Buda:

(continua no próximo post)

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Um comentário:

  1. Muito legal! Deu vontade danada de fazer as malas e conhecer o país!

    Abs.

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