domingo, 8 de agosto de 2010

Taça de Bolinhas (pra mídia)


Você sabe o que é a Taça de Bolinhas? Não? Eu explico!

A CBF - aquela mesma, que escolheu o Dunga pra treinador da Seleção - entregava a Taça (ver foto ao lado), transitoriamente, para o Campeão Brasileiro de Futebol de cada ano.
Desde o que aconteceu na descrição a seguir, não tem entregue a original, mas outras versões a cada ano.
Diz a "regra" que QUEM vence o campeonato CINCO vezes, tem direito de ficar com a taça, definitivamente.


Em 1987, o Clube dos Treze (associação em formato de Liga, dos clubes de futebol) e a CBF se desentenderam e cada um criou o Campeonato Brasileiro sob o seu ponto de vista.
A CBF misturou tudo: primeira e segunda divisão e sei lá mais o que.
A "turma" do Clube dos Treze (naquela altura já eram 16 associados) eram os chamados "clubes grandes", do eixo Rio-Minas-SP-RS e outros poucos. Chamaram a Competição de "Copa União".
Observem que naquela época, o representante de Pernambuco neste formato, era o Santa Cruz.
O campeão foi o Flamengo e o vice o Internacional.


Para reconhecer um único campeão brasileiro, a CBF exigiu que o "campeão e vice" do Clube dos Treze, disputasse com "campeão e vice" da turma da CBF. O Clube dos Treze não topou, pois isso seria "virar a mesa" de uma competição em andamento. A CBF fez o jogo dela e diz que o Sport do Recife é o Campeão Brasileiro. O Clube dos Treze diz que é o Flamengo.

Em 1992 o Flamengo foi, novamente, Campeão Brasileiro. Como este seria o 5º título nacional do Flamengo, a Taça de Bolinhas deveria ser entregue ao Clube naquele ano, definitivamente. Mas a Taça foi "recolhida aos cofres da Caixa Econômica Federal", patrocinadora do evento.

Depois que foi Campeão pela 5ª vez (2007), o São Paulo F.C. que é do Clube dos Treze até hoje, e na época favorável a que a Taça das Bolinhas fosse entregue ao Flamengo; agora passou a dizer que a Taça é "deles". E a confusão que já era grande entre Sport e Flamengo, passou a ter mais um encrenqueiro: o São Paulo.

O Sr. Ricardo Teixeira (presidente "vitalício" da CBF), quando da última eleição para a presidência do Clube dos Treze (final de 2009) quis emplacar o ex-presidente do Flamengo (Kleber Leite) como Presidente do Clube dos Treze, no lugar do não menos "vitalício" Fábio Koff (ex-presidente do Grêmio Portoalegrense, que dirige a entidade há décadas e é inimigo da CBF). Para garantir o voto do Flamengo, disse à Patricia Amorim (então eleita presidente do Clube), que entregaria a Taça ao Flamengo se ela votasse no Kleber Leite.

Patricia não votou no Kleber e o Fábio Koff foi reeleito presidente do Clube dos Treze, para desespero de Ricardo Teixeira. No dia seguinte (literalmente), a CBF anunciou: vou entregar a Taça ao São Paulo. Vejam o "nível" dessa turma: revanchismo, fofocas, mágoas, traições e etc.
Mas, como toda "novela" tem capítulos que "nunca terminam"; Ricardo Teixeira disse: Se o Flamengo "provar" que o Clube dos Treze era favorável na época de que o Flamengo foi o legítimo Campeão Brasileiro de 1987, eu dou a Taça ao Flamengo.
Patrícia Amorim apresentou a ata de reunião da época, assinada por todos os Clubes (inclusive o São Paulo); mas a Taça não veio para a Gávea até hoje.

Nem foi entregue ao São Paulo, como Ricardo Teixeira afirmou que faria, em coletiva de imprensa naquela oportunidade.

Na coluna de Renato Maurício Prado, jornalista esportivo do jornal O Globo do Rio de Janeiro, esta história está como acima descrita, no dia 04/08/2010 .
Neste mesmo dia; Ancelmo Gois, outro renomado colunista do mesmo jornal, publicou que a CBF está com "a pulga atrás da orelha" com a Caixa Economica Federal; pois, segundo o colunista, teria pedido a Taça para entrega-la ao São Paulo e a Caixa não se digna a fazê-lo.
Correm boatos de que a Taça foi roubada e derretida, como já havia acontecido com a outra (1983), de TriCampeão do Mundo pelo Brasil (1970), a famosa Jules Rimet.
Então neste caso, o jornalista nos faz pensar que a culpa não é do Ricardo Teixeira e sim da Caixa, que não devolveu a Taça para o presidente da CBF entrega-la ao São Paulo.

Mas espera ai?! E os documentos apresentados pela Patrícia Amorim, provando que a Taça é do Flamengo desde 1992?

Olha... confiar no que a mídia diz tem sido um exercício de paciência, pesquisa e busca pela informação que nada tem de fácil. Quanto mais fontes de informações e meios de comunicação surgem, parece que mais distantes ficamos da verdade.

Quarta-feira assisti a final da Copa do Brasil: Vitória 2 x 1 Santos. Se não tivesse visto com meus próprios olhos, dificilmente acreditaria (no dia seguinte) que o Santos foi Campeão. Afinal, perdeu o jogo.
A mídia merece uma Taça de Bolinhas pela sua cobertura confusa, pouco informativa, mais afeita a alardear deslizes sociais dos protagonistas esportivos do que contar a história que realmente interessa: o esporte!

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