domingo, 15 de agosto de 2010

TWITELÂNDIA

Leio no "Aliás" do jornal O Estado de S.Paulo, assinado por Sergio Augusto e publicado no último dia 7 de Agosto; entre outras observações, "Como é sabido e lamentado, as redes sociais da internet são um domínio de quem não tem o que fazer e adotou a evasão da privacidade como um modo de vida".
Vou deixar pra você que me segue no Twitter ou aqui no Blog, refletir e opinar nos comentários, sobre esta afirmação.

No texto do jornalista, há diversas alusões ao "trending" do Twitter da semana anterior e destaque para o videochat dos "meninos da Vila" do Santos F.C. e que gerou aquela polêmica toda; para o designer gráfico japonês que teria sido o autor do vigésimo bilionésimo "twit" e que pirou, achando que isso era um recado divino de que sua existência esta próxima do fim; e ao erro da jornalista Glenda Kozlowski que introduziu um "s" prematuro na grafia de "cinismo" numa twitada, sendo atacada em massa por internautas armados de "cês" até os dentes.

O primeiro assunto foi mídia nacional, discutida em programas esportivos com ares de "o mundo está perdido" e nossos jovens atletas estão todos a caminho de tornarem-se Brunos. A grande maioria desses jornalistas esportivos são, na verdade, despreparados para narrar um jogo de dominó, quanto mais opinar sobre preparação psicosocial de atletas. Mas estão dioturnamente nas TVs e rádios das nossas casas "vomitando" opiniões que mudam ao sabor do interesse sabe-se lá quem; tamanha é a falta de convicção no que externam em diferentes "tempos" num único dia. Mas estão sempre certíssimos, são donos absolutos da verdade e "ai" de quem discorda do que dizem. Querem ser "consumidos", não querem interagir com ninguém. Nem com seus próprios pares.

Na última segunda-feira, Galvão Bueno elogiava os diretores do SporTV sobre o novo cenário; até que minutos depois, vendo sua imagem no monitor, passou a reclamar "no ar" que o novo cenário do programa "Bem, Amigos!" o deixava pequeno.
Não bastasse não deixar ninguém terminar uma frase ao ser entrevistado, o sexagenário apresentador não quer também a concorrência do cenário contra sua própria imagem transmitida. Quanta arrogância! Ou seria "estrelismo"?

O caso do japonês foi inserido na opinião do expert em tecnologia digital, Nicholas Carr, que "desconfia que o Google esteja nos imbecilizando, robotizando nossos conhecimentos e embotando nossa memória"; ou ainda sobre o que escreveu George Packer, alertando meses atrás na revista The New Yorker: "Não há como ficar online, navegando, enviando e-mails, postando mensagens, twitando e lendo twits e, em breve, ocupando-se da próxima novidade digital, sem pagar um preço elevado, sem roubar nosso tempo, nossa atenção, sem afetar nossa capacidade de apreender o que lemos e nossa experiência do mundo que imediatamente nos cerca".

Mas o caso da Glenda "bateu" com o que eu faço (e espero que façam comigo aqui no meu Blog): me corrijam quando eu estiver errado, principalmente no português que não é o meu forte.
Mesmo a Glenda não gostando do que aconteceu com ela, acho importante que sejamos corrigidos quando nossa grafia falha, seja por ignorância ou descuido.
Outro dia um narrador do SportTv twitou "transmiti" quando queria chamar telespectadores para o jogo do Internacional contra o Chivas mais tarde. Deveria ter escrito "transmite". "Fui lá" pra corrigir, mas encontrei outra falha e apontei (as duas); ele me bloqueou!
Ou seja, não quer aprender, ou não aceita ser corrigido, ou é só mais um "babaca" que eu não deveria me importar.
Isso sem falar em "figurões" que twitam "mais" quando deveriam escrever "mas"; ou "porque" quando estão perguntando algo e, portanto, deveria ser "por que".

Como diz a citada matéria: "Por sua mobilidade, imediatidade, intimidade e capilaridade, o Twitter pode ser uma ferramenta preciosa para jornalistas, cientistas, criadores em geral ou simples usuários com boas ideias para trocar e denúncias a fazer. Poetas ganharam sobrevida na rede, não apenas produzindo haicais (sonetos, nem pensar), mas lendo e difundindo seus versos em videochats. O marketing da indústria de cinema descobriu nas redes sociais o veículo ideal para promover filmes e atrair mais público às salas exibidoras, revelou há dias o jornal inglês The Independent. Esse é o lado bom da coisa. Ou o menos pernicioso, na avaliação de alguns Galileus da internet."

Eu, de minha parte, continuo twitando com meus amigos e seguindo gente que me informa, diverte, esclarece ou simplesmente conversa sobre o nosso cotidiano.


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