segunda-feira, 7 de março de 2016

RBS vende operações em SC

Informações do portal Making Of dizem que nesta segunda-feira, dia 7, será formalizada a venda das empresas do Grupo RBS em Santa Catarina para um grupo de empresários brasileiros, entre eles o empresário paulista Carlos Sanchez, do Laboratório EMS e o investidor gaúcho Lírio Parisotto, do grupo Videolar.
Este dado também está estampado na coluna de Lauro Jardim em O Globo.

A negociação entre a  RBS e os empresários vem sendo realizada desde no ano passado. O assunto já estava entregue a Anatel, por serem concessões do governo. A Rede Globo, dona da programação de TV, já havia concordado com a transação. As negociações foram rápidas, mas a intenção de venda do grupo jornalístico é antiga.

A história começa com as renovações contratuais periódicas entre a Globo e a RBS ao longo dos anos – a venda da programação nacional e o retorno dos comerciais  veiculados no grupo. No início era um negócio conveniente, que gerava muito dinheiro na conta dos acionistas gaúchos, que puderam diversificar sua atuação comprando rádios e jornais. A ambição de ser um grupo nacional crescia, causando, entretanto, desconforto na rede nacional.

A RBS chegou a comprar uma rádio em São Paulo, que depois devolveu; negociou um jornal na Grande ABC, mas teve que abandonar a ideia; quis entrar no Paraná, em TV, mas a própria Globo ajudou acionistas da empresa paranaense para que isso não acontecesse; chegou a implantar o Canal Rural, nacional, mas a Globo entendeu  como um concorrente devido com a programação  nacional que  gerava. Acabou vendido.

Assim, a TVCOM RS e SC eram vistas como concorrentes e nunca tiveram a chance de crescer por causa disso. A visão da Globo é clara : produz vídeo, é concorrente.
Embora bem relacionadas, ao longo do tempo RBS-Globo arrefeceram a  relação. A RBS de certa maneira chegou a pensar internamente em devolver à Globo a programação catarinense.

No meio disso, surgiu a operação Zelotes, uma dívida da RBS com o fisco que foi levada ao CARF por um escritório terceirizado, a quem pagou cerca 5 milhões de reais. A dívida, na época, foi zerada.
Com as investigações da Polícia Federal e a divulgação nacional, citando a RBS como maior afiliada da Globo, os diretores foram chamados ao Rio para conversar.
Houve risco de descredenciamento do grupo. Foi por esse momento, que a RBS comunicou das negociações para transferência do grupo em Santa Catarina a terceiros.
A operação Zelotes está inconclusa, enquanto se dá a negociação de venda de parte do grupo em Santa Catarina, reconhecida pela produtividade nos negócios e audiência relevante.

A assessoria de imprensa do Grupo RBS negou a informação de que a empresa havia vendido as operações em Santa Catarina. "A respeito do que está circulando na internet, o Grupo RBS informa que não vendeu suas operações de rádio, televisão e jornal em Santa Catarina, onde segue operando normalmente."
Lírio Parisotto, 61 anos, foi seminarista, gerente de recursos humanos, bancário, médico e comerciante. Hoje é dono de uma fortuna de US$1,6 bilhão, boa parte em ações. Em 2015, foi considerado o 29º homem mais rico do Brasil, segundo a Revista Forbes.
Agora é preciso esperar as informações oficiais, acabando com as especulações. Ficaria claro os motivos formais tanto dos vendedores quanto dos compradores, bem como quais são suas intenções editoriais para o futuro.

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