segunda-feira, 21 de junho de 2010

Kleinfontein: Reduto do Apartheid


Esta matéria está na página 10 do jornal O Globo do último dia 15. Um povoado de nome Kleinfontein (200 habitantes) ainda resiste ao novo regime democrático da África do Sul, depois de 16 anos. Existem mais dois povoados nesta mesma situação.

Ao contrário do regime do apartheid, ao invés de isolar os negros dos brancos, este grupo de africaners radicais isolou-se do país. Buscam a independência, querem um país só de brancos europeus e seus descendentes.

Como está mostrando a imagem acima, para entrar na cidade é preciso transpor um portão, guardado por seguranças, que não permite o acesso de negros. A população negra da África, inclusive, não se mostra segura para entrar na cidade; como se ainda sentissem as "feridas" da época do apartheid na própria pele. Eles simplesmente recusam acompanhar brancos aquela localidade, como foi o caso do motorista Brian (28 anos) que transportava a equipe de jornalistas e foi persuadido a aceitar a empreitada. Mas passou por constrangimentos, o que é ilegal agora naquele país.

Os guardas informam que jornalistas não são bem-vindos, não é permitido fotos e captação de imagens. Na única imobiliária da cidade, eles apuraram que é necessário ser africaner e pagar em dinheiro para comprar um imóvel em Kleinfontein.

Durante a visita feita a cidade, a TV transmitia Holanda x Dinamarca, mas os televisores de Kleinfontein permaneciam desligados.

- Aqui não acompanhamos o futebol. A Copa do Mundo é lá fora. Não é esporte realmente de brancos - disse Hendrick, o guarda que fez de tudo pra se livrar da equipe e seu motorista negro.

Pelo menos a Copa da África serviu para denunciar esta situação ao mundo, que acreditava que o apartheid havia morrido. O racismo e o preconceito continuam bem vivos, infelizmente!
Fonte e Imagem: O Globo

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